sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Chineses impõem-se nos 20 km marcha do Rio

Zhen Wang, o novo campeão olímpico dos 20 km marcha.
Foto: Industan Times
Zhen Wang é o novo campeão olímpico dos 20 km marcha, depois de esta tarde ter vencido a prova da distância nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, com a marca de 1.19.14 h. Com este resultado sucede ao compatriota Ding Chen, vencedor há quatro anos, em Londres, e que agora não foi além de um decepcionante 39.º lugar, com 1.23.54 h. No pódio, Wang teve a companhia do também chinês Zelin Cai, segundo com 1.19.26 h, e do australiano Dane Bird-Smith, terceiro com 1.19.37 h. Entre os portugueses, João Vieira foi 31.º, com 1.23.03 h, enquanto Sérgio Vieira concluiu a prova na 53.ª posição, com 1.27.39 h.

A prova teve início lento, com os atletas a rodarem a ritmos superiores a quatro minutos por quilómetros até bem mais de meio da competição. Tirando as escapadas do coreano Kim Yunsub (isolado nos segundo e terceiro quilómetros) e do britânico Tom Bosworth, que andou sozinho na frente um bom punhado de voltas, o pelotão manteve compacto, com grande parte dos 74 participantes a integrarem o grupo da frente.

O grande animador da prova foi mesmo Bosworth, que pareceu querer garantir cedo a vitória olímpica e a verdade é que em algumas fases da prova pareceu com à-vontade suficiente para se impor aos demais. No entanto, a légua final acabaria por revelar-se penosa para o britânico, impotente perante a determinação dos dois melhores chineses. Primeiro, era Zelin Cai quem se distanciava na frente, percorridos 16 quilómetros de prova; depois seria Zhen Wang a impor-se em definitivo, correspondendo às indicações da equipa técnica no sentido de forçarem o andamento.

Até final, a maior emoção estava em saber quem conquistaria a medalha de bronze, com três atletas separados por poucos metros nos últimos quatro quilómetros: Bird-Smith, o  brasileiro Caio Bonfim e o alemão Christopher Linke. Acabaria por impor-se o australiano, com o brasileiro a terminar à porta do pódio e a registar novo recorde do Brasil, com 1.19.42 h, superando finalmente o velho máximo de 1.19.56 h estabelecido por Sérgio Vieira Galdino em Eisenhüttenstadt (Alemanha), em 14 de Maio de 1995. Linke foi o melhor europeu, na quinta posição.

Com esta prova, a China confirmou a condição de maior potência mundial da marcha, enquanto a forte delegação japonesa, composta pelos três únicos atletas deste ano abaixo de uma hora de 19 minutos, não conseguiu posicionar mais do que um atleta (Daisuke Matsunaga, 7.º, 1.20.22) entre os vinte primeiros.

Os irmãos Vieira iniciaram a prova em lugares discretos, lá pelos fins do pelotão, com João a galgar 30 lugares até final e Sérgio a subir uma boa dezena e meia de posições. João Vieira conseguiu manter ritmo controlado nas três primeiras léguas, acabou por sentir as agruras do desgaste nos quatro quilómetros finais, com evidente abaixamento de velocidade. Quanto a Sérgio Vieira, foi mais regular na primeira metade, mantendo-se nessa fase a rondar os 4.15 a 4.18 por quilómetro, mas na segunda parte acabou por perder uns bons 15 a 20 segundos por quilómetro em relação ao ritmo inicial.

Classificação
1.º, Zhen Wang (China), 1.19.14
2.º, Zelin Cai (China), 1.19.26
3.º, Dane Bird-Smith (Austrália), 1.19.37
4.º, Caio Bonfim (Brasil), 1.19.42   
5.º, Christopher Linke (Alemanha), 1.20.00
6.º, Tom Bosworth (Grã-Bretanha), 1.20.13
7.º, Daisuke Matsunaga (Japão), 1.20.22
8.º, Matteo Giupponi (Itália), 1.20.27
9.º, Manuel Esteban Soto (Colômbia), 1.20.36
10.º, Evan Dunfee (Canadá), 1.20.49
11.º, Miguel Ángel López (Espanha), 1.20.58
12.º, Iñáki Gomez (Canadá), 1.21.12
13.º, Manish Singh (Índia), 1.21.21
14.º, Ever Palma (México), 1.21.24
15.º, Eider Arévalo (Colômbia), 1.21.36
16.º, Ruslan Dmytrenko (Ucrânia), 1.21.40
17.º, Hyunsub Kim (Coreia do Sul), 1.21.44
18.º, Hagen Pohle (Alemanha), 1.21.44
19.º, Jakub Jelonek (Polónia), 1.21.52
20.º, Alexandros Papamichail (Grécia), 1.21.55
21.º, Isamu Fujisawa (Japão), 1.22.03
22.º, Álvaro Martín (Espanha), 1.22.11
23.º, Pedro Daniel Gómez (México), 1.22.22
24.º, Richard Vargas (Venezuela), 1.22.23
25.º, Yerko Araya (Chile), 1.22.23
26.º, Marius Ziukas (Lituânia), 1.22.27
27.º, Benjamin Thorne (Canadá), 1.22.28
28.º, Mate Helebrandt (Hungria), 1.22.31
29.º, Luís Fernando López (Colômbia), 1.22.32
30.º, Ersin Tacir (Turquia), 1.22.53
31.º, João Vieira (Portugal), 1.23.03
32.º, Anton Kucmin (Eslováquia), 1.23.17
33.º, Rhydian Coowley (Austrália), 1.23.30
34.º, Georgiy Sheiko (Casaquistão), 1.23.31
35.º, Igor Glavan (Ucrânia), 1.23.32
36.º, Hassanine Sebei (Tunísia), 1.23.44
37.º, Brian Pintado (Equador), 1.23.44
38.º, Nils  Brembach (Alemanha), 1.23.46
39.º; Ding Chen (China), 1.23.54
40.º, Nazar Kovalenko (Ucrânia), 1.24.40
41.º, Paolo Yurivilca (Peru), 1.24.48
42.º, Eiki Takahashi (Japão), 1.24.59
43.º, Aliaksandr Liakhovich (Bielorrússia), 1.25.04
44.º, Lebogang Shange (África do Sul), 1.25.07
45.º, Marco Antonio Rodríguez (Bolívia), 1.25.11
46.º, Alex Wright (Irlanda), 1.25.25
47.º, Artur Brzozowski (Polónia), 1.25.29
48.º, Erik Tysse (Noruega), 1.26.06
49.º, Kevin Campion (França), 1.26.22
50.º, Erick Barrondo (Guatemala), 1.27.01
51.º, Juan Manuel Cano (Argentina), 1.27.27
52.º, Júlio César Salazar (México), 1.27.38
53.º, Sérgio Vieira (Portugal), 1.27.39
54.º, Hamid Reza Zooravand (Irão), 1.27.45
55.º, Francisco Arcilla (Espanha), 1.27.50
56.º, José María Raymundo (Guatemala), 1.29.07
57.º, Byeongkwang Choe (Coreia do Sul), 1.29.08
58.º, Wayne Snyman (África do Sul), 1.29.20
59.º, Marius Savelskis (Lituânia), 1.29.26
60.º, Thanh Ngung Nguyen (Vietname), 1.30.01
61.º, Youngjun Byun (Coreia do Sul), 1.30.38
62.º, Mert Atli (Turquia), 1.31.36
63.º,  Moacir Zimmermann (Brasil), 1.33.58
Desistentes: Samuel Ireri Gathimba (Quénia), Simon Wachira (Quénia), Perseus Karlstrom (Suécia), Dzianis Simanovich (Bielorrússia) e José Alessandro Bagio (Brasil).
Desclassificados: Mauricio Arteaga (Equador), Andres Chocho (Equador), Ganapathi Krishnan (Índia), Lukasz Nowak (Polónia), Quentin Rew (Nova Zelândia) e Gurmeet Singh (Índia).