quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Histórica presença da marcha atlética brasileira nos Jogos do Rio

De joelhos, Caio Bonfim comemora o 4.º lugar nos 20 km da marcha.
Foto: Ryan Pierse/Getty Images
Caio Bonfim e Érica Sena atingiram posições de grande relevo nas provas de marcha atlética dos Jogos Olímpicos, que recentemente tiveram lugar no Rio de Janeiro, no seguimento, aliás, de sinais muito positivos manifestados pelos campeões brasileiros na última grande competição da especialidade, os campeonatos mundiais de seleções, que tiveram lugar este ano em Roma.

É certo que da parte dos referidos marchadores haveria, no seu íntimo, alguma esperança na obtenção de uma medalha olímpica mas há que reconhecer que em mais de 100 anos de história da especialidade em Jogos Olímpicos, nunca os atletas do país irmão haviam chegado tão longe.

Caio Bonfim, de 25 anos, treinado pelos seus pais, João Sena Bonfim e Gianetti de Oliveira Bonfim, participou nos 20 e 50 km marcha e teve, em ambas as competições, um grande desempenho, obtendo novos recordes nacionais. Nos 20 km, foi 4.º classificado, a apenas 5 segundos da medalha de bronze, conquistada pelo australiano Dane-Bird Smith. Nos 50 km, foi 9.º classificado melhorando em 14 minutos a sua melhor prestação na distância.

Érica Sena, de 31 anos, ao ser a 7.ª classificada na prova dos 20 km femininos, obteve a melhor prestação de uma atleta brasileira na especialidade, em Jogos Olímpicos. Até aos 16 quilómetros de prova, seguia ainda no grupo da dianteira. Mas não se mostrou totalmente satisfeita com o resultado (ambicionava o pódio) justificando-o, em parte, com o seu estado emocional, pois assistira à desclassificação do seu treinador e marido, o equatoriano Andrés Chocho, nas provas dos 20 e 50 km.

Dos outros brasileiros nas provas de marcha, nos 20 km, Cisiane Dutra Lopes, classificou-se na 49.ª posição, enquanto, nos 20 km masculinos, Moacir Zimmermann foi 63.º e José Bagio desistiu. Nos 50 km, Jonathan Riekmann foi 29.º classificado e Mario José dos Santos desistiu.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

O perfume da Marcha Atlética (*)

Ana Cabecinha após concluir a prova no Rio de Janeiro. Foto: COP
Por João Sequeira Andrade

Desde a vitória de Susana Feitor nos Mundiais de juniores, em Plovdiv, na Bulgária,  que os marchistas portugueses sempre deram um ar da sua graça. Êxitos internacionais aqui e ali, e em geral boa presença em grandes competições.

Agora, no Rio, distinguiu-se Ana Cabecinha, que com dignidade e classe briosamente se envolveu na luta pelos primeiros lugares da prova olímpica de 20.000m.

A tradição da Marcha é relativamente recente em Portugal, se bem que nos anos 30 do século passado a especialidade tivesse sido cultivada rara e rusticamente em Lisboa.

Esta especialidade atlética recebeu há um bom par de anos o primeiro impulso sério, devido ao espírito de iniciativa de Aires Denis. Este primeiro apóstolo da marcha atlética arregimentou um valioso núcleo de interessados, entre os quais os irmãos José e Luís Dias, passados de marchadores a técnicos da especialidade. A primeira “vedeta” nacional foi José Pinto, que durante a sua longa carreira não parou de ser campeão.

Na senda de José Pinto despontou uma série de valores como José Urbano, Augusto Cardoso, José Magalhães, Sofia Avoila e, entre outras, Susana Feitor, que chegou a recordista europeia júnior e foi constante frequentadora de competições continentais, mundiais e olímpicas.

O obreiro mor da Marcha nacional é um senhor chamado Jorge Miguel. Ao longo de anos e anos, do seu “laboratório” de Rio Maior continuam a sair várias das melhores prendas nacionais da especialidade.

Nas grandes competições internacionais há sempre um perfume a Marcha portuguesa.”

(*) O texto que, com a devida vénia, acima transcrevemos, inserido na 139.ª crónica, intitulada “Carta ao Pancrácio”, é da autoria de João Sequeira Andrade, jornalista do Diário de Notícias (aposentado), tendo ainda sido colaborador de diferentes jornais. Integrou os Órgãos Sociais da Federação Portuguesa de Atletismo. Estudioso da modalidade, é autor de publicações, entre as quais “Os Recordes Nacionais do Atletismo e outras histórias”, das Edições Portugal.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Os atletas do continente americano nos Jogos Olímpicos

Os melhores classificados do continente americano nas provas
de marcha dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Fotos: Jeff Salvage. Montagem: O Marchador
Rubén Aguilera, presidente da Comissão Panamericana de Marcha Atlética, num balanço da atuação dos atletas do continente americano nas provas de marcha dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, realçou positivamente o seu desempenho.

Nos 20 km marcha femininos, a mexicana María Guadalupe González alcançou a medalla de prata, prova em que a brasileira Erica de Sena foi 7.ª classificada, e a peruana Kimberly García foi semifinalista, conseguindo a posição 14.

Nos 20 km marcha masculinos, o brasileiro Caio Bonfim foi 4.º classificado (1:19:42), com um novo recorde nacional na prova dos 20 km marcha, enquanto outros cinco atletas obtiveram a posição de semifinalistas, o colombiano Manuel Soto (9.º e recorde pessoal), os canadianos Evan Dunfee (10.º) e Iñaki Gómez (12.º), o mexicano Ever Palma (14.º) e o colombiano Eider Arévalo (15.º).

Nos 50 km, Evan Dunfee e Caio Bonfim voltaram a destacar-se, o primeiro quase chegando à medalha de bronze (4.º lugar), na discussão com o japonês Hirooki Arai, e obtendo um novo recorde do Canadá (3:41:38) e o segundo terminando na 9.ª posição com 3:47:02, novo recorde do Brasil. Ainda na posição de semifinalistas, realce para dois mexicanos, Horacio Nava (12.º) e Omar Zepeda (15.º).

Fazendo um paralelo com a participação dos atletas americanos no mundial de Roma onde já se registara um excelente desempenho, Aguilera, em nome da Comissão Panamericana de Marcha e da Associação Panamericana de Atletismo, endereça as felicitações às federações dos países cujos atletas se destacaram.

A norte, os canadianos, ao centro, os mexicanos e a sul, os brasileiros, a marcha atlética no continente americano está de muito boa saúde e recomenda-se.

domingo, 28 de agosto de 2016

Marcha nos Jogos do Rio: balanço português

Depois de desembaraçar-se de Érica de Sena, Ana Cabecinha foi
em busca da melhor classificação olímpica da marcha portuguesa.
Foto: Jeff Salvage
A participação portuguesa nas provas de marcha atlética dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro teve desde logo um mérito relevante: o de igualar o maior contingente de marchadores portugueses em Jogos Olímpicos, com sete atletas e oito participações (2 nos 20 km masculinos, 3 nos 50 km e 3 nos 20 km femininos). Igual quantidade de atletas tinha sido registada em Pequim-2008, sendo que dessa vez ficava de fora uma quarta atleta com mínimos na prova feminina, Vera Santos, atleta que no Rio voltou a ficar de fora, tal como Susana Feitor, ambas com mínimos mas sem vaga na equipa de 2016.

O Rio de Janeiro conheceu ainda na equipa portuguesa de marcha a estreia olímpica de dois atletas jovens: Miguel Carvalho (20 km masculinos) e Daniela Cardoso (20 km femininos), ele ainda sub-23, ela saída há não muito tempo desse subescalão dos seniores (tem ainda 24 anos).

Mantendo uma honrosa tradição que conta já 20 anos, Portugal saiu destes Jogos da XXXI Olimpíada sem marchadores desclassificados, desaire que aconteceu apenas (mas em dose tripla) nos Jogos de Barcelona, em 1992. Daí para cá, o pior que tem acontecido são as desistências.

O programa da marcha olímpica do Rio de Janeiro teve início a 12 de Agosto, com os 20 km masculinos, onde alinhavam João Vieira e Sérgio Vieira, atletas que se apresentavam creditados com marcas da época mais equilibradas do que as registadas na prova olímpica. João Vieira detinha à partida como melhor do corrente ano 1.22.34 h, enquanto o irmão Sérgio averbara 1.25.11 h. Naquela que foi a prova menos fustigada pelas condições atmosféricas (21ºC de temperatura, para 60% de humidade relativa), João acabaria com 1.23.03 h (31.º) e Sérgio chegaria à meta com 1.27.39 h (53.º).

Prudente como sempre, João Vieira iniciou a prova com cerca de 4.10 m por quilómetro, melhorando depois para menos de 4.05 m. Por aí se manteve até cerca dos 16 quilómetros, para cumprir os quatro quilómetros finais de forma claramente mais lenta, perdendo cerca de um minuto nessa fase.

Sérgio ainda rodou a ritmos de 4.10 a 4.18 minutos por quilómetro até meio da prova, mas na segunda metade decaiu de forma visível, para quilómetros entre 4.30 e 4.45 minutos, recuperando um pouco nas voltas finais, ligeiramente acima de 4.35 m.

João acabou longe do 10.º lugar de Atenas-2004 e do 11.º de Londres-2012, mas melhor que o 32.º lugar de Pequim-2008, ao mesmo tempo que não melhorava a marca olímpica de Londres (1.20.41) mas superava a 1.25.05 h de Pequim. Quanto a Sérgio, que tinha participado apenas na edição dos Jogos da capital chinesa (45.º, 1.29.51), melhorou agora a marca mas baixou a classificação.

Uma semana depois, dia 19, a manhã carioca ofereceu ao público do Pontal os 50 km, prova com 80 participantes em que alinhavam João Vieira, Pedro Isidro e Miguel Carvalho. O primeiro repetiu cerca dos 10 quilómetros a desistência de Londres, desta vez por problemas de saúde.

Restavam Pedro Isidro e Miguel Carvalho, este na condição de mais jovem marchador da delegação portuguesa e estreante nas lides olímpicas. O mais velho dos dois benfiquistas começou a competição a rodar para menos de quatro horas de marca final mas ainda antes de meio da competição já essa referência estava comprometida, com uma perda de ritmo que, não sendo demasiado evidente, não deixava de representar uma perda de um minuto entre os 10 e os 20 quilómetros.

A situação agravou-se com os problemas gástricos que deitaram tudo a perder com a entrada na segunda metade da prova. Pedro Isidro terá feito pelo menos duas paragens que, apesar de tudo, tiveram uma vantagem: aliviaram o atleta e deixaram-no livre para cumprir em grande estilo as voltas finais. Em tão grande estilo que foi um dos mais rápidos nos 10 quilómetros derradeiros, que cumpriria em 45.53 minutos e onde só sete outros atletas conseguiram melhores parciais. Um restabelecimento que lhe permitiria subir muitos lugares na classificação até chegar ao 32.º posto, ainda assim melhor que o 37.º lugar de Londres, mas com marca mais fraca (4.03.42, contra 3.58.59 na capital britânica).

Miguel Carvalho revelou plena consciência das condições que o dia do Rio de Janeiro oferecia e fez uma prova cautelosa. A meio da competição era mesmo o português melhor classificado, ganhando lugares praticamente em cada volta. Assim foi seguindo até cerca dos 35 quilómetros, momento em que surgiu a quebra que levou o rio-maiorense para ritmos acima dos cinco minutos por quilómetro, numa desaceleração que, ainda assim, não comprometeu o lugar que ocupava no início do último terço da prova: o 36.º posto em que acabaria, a mesma classificação de José Magalhães em Atlanta-1996, mas com uma marca (4.08.16) que é a 7.ª entre 15 presenças portuguesas na distância mais longa do programa olímpico do atletismo.

No mesmo dia, ao início da tarde, com a mesma temperatura (24ºC) e a mesma humidade (77% a 80%) da prova matinal do homens, os 20 km femininos apresentavam três portuguesas entre as 74 concorrentes à partidas: as experientes Ana Cabecinha e Inês Henriques e a estreante Daniela Cardoso.

Ana e Inês marcariam desde cedo uma posição no grupo das primeiras, mostrando estar nos Jogos para obterem as melhores classificações olímpicas de cada uma. Só à entrada para a segunda metade da competição Inês Henriques começou a ceder, mas nunca comprometendo uma boa classificação dado ter-se mantido pelos 11.º e 12.º lugares. Ana Cabecinha cederia mais adiante, ficando pelos 6.º / 7.º lugares, ora atrasando-se das da frente, ora recuperando e recolando. Até à definição final das posições, com Ana Cabecinha a melhorar dois lugares o oitavo posto conseguido em Pequim-2008 e em Londres-2012, agora com 1.29.23 h, enquanto Inês Henriques, 12.ª com 1.31.28 h, melhorava o 14.º lugar de Londres-2012 mas não a marca aí realizada (1.29.54).

Lá mais para trás, Daniela Cardoso conseguia uma boa subida na classificação com o passar das voltas. Iniciaria a prova aí pelos sexagésimos lugares, rodando quase sempre entre 4.44 e 4.51 minutos por quilómetro. Uma excelente regularidade que permitiu cortar a meta num bom 37.º lugar, naturalmente sem as aspirações das consagradas colegas de equipa mas revelando um excelente controlo da condição em que se apresentava em prova.

Sendo facto que nenhum dos marchadores portugueses conseguiu no Rio de Janeiro bater recordes pessoais, não é menos importante assinalar que poucos foram os atletas que conseguiram tal objectivo. Num total de 228 concorrentes nas três partidas, foram registadas as classificações de 175 atletas, com apenas 13 recordes pessoais (dos quais 5 eram recordes nacionais). Trata-se de uma taxa de máximos pessoais muito abaixo do que é costume em grandes competições internacionais, o que atesta as difíceis condições que os marchadores tiveram de enfrentar no Rio de Janeiro.

Após estes Jogos, o total de marchadores olímpicos portugueses sobe para 19 atletas (12 homens e 7 mulheres), totalizando 43 participações em provas. Foram registadas três desclassificações (todas em Barcelona-1992) e quatro desistências, havendo seis classificações nos dez primeiros lugares.

sábado, 27 de agosto de 2016

Zhen Wang e Guadalupe González vencem Challenge Mundial de Marcha

Zhen Wang e Guadalupe González no Rio de Janeiro.
Fotos: Jeff Salvage. Montagem: O Marchador
O chinês Zhen Wang e a mexicana María Guadalupe González foram os vencedores da edição de 2016 do Challenge Mundial de Marcha, iniciativa patrocinada pela Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), recolhendo, cada um deles, a quantia de vinte e cinco mil dólares americanos.

Com o epílogo do challenge marcado para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, na prova masculina o campeão olímpico dos 20 km marcha assegurou pontuação suficiente (36 pontos) para assegurar a vitória, realizando apenas três competições (o mínimo exigido), onde teve o pleno de vitórias – Campeonato do Mundo de Nações, em Roma, e na Corunha. Na segunda posição classificou-se o australiano Jared Tallent (27 pontos), medalha de prata nos 50 km marcha, e no terceiro lugar, o equatoriano Andrés Chocho (26 pontos).

No setor feminino, María Guadalupe González, a grande revelação da marcha mundial feminina, e que se destacou no mundial de nações, que venceu, e nos Jogos do Rio, em que alcançou a inédita medalha feminina na especialidade para o México, arrecadou 34 pontos, os mesmos que a chinesa Qieyang Shijie, completando o pódio a italiana Eleonora Giorgi, com 32 pontos.

Falando um pouco mais sobre Lupita González, como é carinhosamente apelidada pelos seus conterrâneos, no início da sua atividade desportiva chegou a enveredar pelo boxe mas a falta de peso frustrou os seus intentos. Lesões e problemas de saúde não a fizeram desistir como, quando incentivada pelos êxitos de Ana Guevara, ingressou na velocidade mas uma lesão no joelho deitou abaixo os seus intentos.

José Luis Peralta, que vendo nela qualidades para a marcha atlética, convenceu-a, após várias insistências, a ingressar na especialidade, com o seu primeiro grande triunfo internacional a ocorrer nos últimos Jogos Panamericanos. Depois, é o que já se sabe...

As portuguesas Inês Henriques (5.ª) e Ana Cabecinha (8.ª) obtiveram posições relevantes no challenge, classificando-se no Top 10.  

Classificação final
Masculinos
1.º, Zhen Wang (China), 36 pontos (3 provas)
2.º, Jared Tallent (Austrália), 27 (4)
3.º, Andrés Chocho (Equador), 26 (4)
4.º, Lebogang Shange (África do Sul), 23 (6)
5.º, Dane Bird-Smith (Austrália), 21 (3)
6.º, Pedro Daniel Gómez (México), 20 (5)
7.º, Álvaro Martín (Espanha), 20 (4)
8.º, Zelin Cai (China), 20 (3)
9.º, Horacio Nava (México), 18 (4)
10.º, Julio César Salazar (México), 16 (4)
11.º, Caio Bonfim (Brasil), 16 (5)
12.º, Marco De Luca (Itália), 15 (3)
13.º, Rafal Augustyn (Polónia), 12 (4)
14.º, Iñaki Gómez (Canadá), 12 (5)
15.º, José Alessandro Bagio (Brasil), 11 (4)
16.º, Håvard Haukenes (Noruega), 11 (3)
17.º, Hassanine Sebei (Tunísia), 10 (3)
18.º, Miguel Ángel López (Espanha), 10 (4)
19.º, Omar Zepeda (México), 10 (3)
20.º, Igor Glavan (Ucrânia), 10 (4)
21.º, Ever Palma (México), 10 (3)
22.º, Benjamin Thorne (Canadá), 10 (4)
23.º, Perseus Karlström (Suécia), 10 (6)
24.º, Evan Dunfee (Canadá), 10 (5)
25.º, Yerko Araya (Chile), 7 (4)
26.º, Eider Arévalo (Colômbia), 7 (3)
27.º, José Leonardo Montaña (Colômbia), 7 (3)
28.º, Matteo Giupponi (Itália), 7 (3)
29.º, José Ignacio Díaz (Espanha), 6 (3)
30.º, Alex Wright (Irlanda), 5 (5)
31.º, Richard Vargas (Venezuela), 5 (3)
32.º, Luis Fernando López (Colômbia), 5 (4)
33.º, Ivan Banzeruk (Ucrânia), 5 (3)
34.º, Takumi Saito (Japão), 4 (3)
35.º, Rafal Fedaczynski (Polónia), 4 (3)
36.º, Wayne Snyman (África do Sul), 3 (4)
37.º, Paolo Yurivilca (Peru), 3 (3)
38.º, João Vieira (Portugal), 3 (6)
39.º, Francisco Arcilla (Espanha), 3 (3)
40.º, Isaac Palma (México), 3 (3)
41.º, Brian Pintado (Equador), 2 (3)
42.º, Ronal Quispe (Bolívia), 2 (3)
43.º, Satoshi Maruo (Japão), 1 (3)
44.º, Hatem Ghoula (Tunísia), 1 (3)
45.º, Rolando Saquipay (Equador), 1 (3)
46.º, Mauricio Arteaga (Equador), 1 (3)
47.º, Eder Sánchez (México), 1 (3)
48.º, Jarkko Kinnunen (Finlândia), 1 (3)

Femininos
1.º, Maria Guadalupe González (México), 34 pontos (3 provas)
1.º, Shijie Qieyang (China), 34 (4)
3.º, Eleonora Giorgi (Itália), 32 (3)
4.º, Erica De Sena (Brasil), 26 (6)
5.º, Inês Henriques (Portugal), 24 (5)
6.º, Elisa Rigaudo (Itália), 21 (5)
7.º, Mirna Ortíz (Guatemala), 19 (4)
8.º, Ana Cabecinha (Portugal), 18 (4)
9.º, Ángela Castro (Bolívia), 12 (4)
10.º, Viktória Madarász (Hungria), 12 (4)
11.º, Alejandra Ortega (México), 10 (3)
12.º, Neringa Aidietyte (Lituânia), 10 (5)
13.º, Regan Lamble (Austrália), 10 (5)
14.º, Wendy Cornejo (Bolívia), 7 (4)
15.º, Rachel Tallent (Austrália), 6 (3)
16.º, Kimberly García (Peru), 6 (4)
17.º, Anežka Drahotová (República Checa), 6 (3)
18.º, Sandra Arenas (Colômbia), 6 (3)
19.º, Tanya Holliday (Austrália), 5 (3)
20.º, Júlia Takács (Espanha), 5 (4)
21.º, Paola Pérez (Equador), 4 (3)
22.º, Chahinez Nasri (Tunísia), 4 (3)
23.º, María Guadalupe Sánchez (México), 4 (3)
24.º, Anel Oosthuizen (África do Sul), 3 (4)
25.º, Brigita Virbalyté-Dimsiené (Lituânia), 3 (3)
26.º, Alana Barber (Nova Zelândia), 2 (4)
27.º, Arabelly Orjuela (Colômbia), 2 (3)
28.º, Maria Michta-Coffey (E.U. Améric), 2 (3)
29.º, Raquel González (Espanha), 2 (3)
30.º, Sandra Galvis (Colômbia), 2 (3)
31.º, Siu Nga Ching (Hong Kong), 1 (3)
32.º, Cisiane Lopes (Brasil), 1 (5)
33.º, Yesenia Miranda (El Salvador), 1 (3)

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Nairobi com última edição dos mundiais de Sub-18 em 2017

Os Campeonatos Mundiais de Atletismo para atletas Sub-18 que terão lugar em 2017 (12 a 16 de Julho) em Nairobi, capital do Quénia, representarão a 10.ª e última edição deste evento que se iniciou em 1999 na cidade polaca de Bydgoszcz, conforme decisão do Conselho da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) em reunião realizada recentemente no Rio de Janeiro e por ocasião da realização dos Jogos Olímpicos.

Sebastian Coe, o presidente da IAAF, considera que a decisão tomada é uma medida positiva contra a especialização precoce a que se tem assistido nos últimos anos.

Nas provas de marcha (10.000 m masculinos e 5.000 m femininos) das edições realizadas sagraram-se campeões mundiais os seguintes atletas:

1999 - Bydgoszcz: Yevgeniy Demkov, Rússia (42.26,07); Tatyana Kozlova, Rússia (22.31,93);
2001 - Debrecen: Vladimir Kanaykin, Rússia (42.55,75); Kun Jiang, China (22.49,21);
2003 - Sherbrooke: Aleksandr Prokhorov, Rússia (42.16,16); Vera Sokolova, Rússia (22.50,23);
2005 - Marrakech: Sergey Morozov, Rússia (42.26,92); Tatyana Kalmykova, Rússia (22.14,47);
2007 - Ostrava: Stanislav Emelyanov, Rússia (41.49,91); Tatyana Kalmykova, Rússia (20.28,05);
2009 - Bressanone: Hagen Pohle, Alemanha (41.35,99); Elena Lashmanova, Rússia (22.55,45);
2011 - Lille: Pavel Parshin, Rússia (40.51,31); Kate Veale, Irlanda (21.45,59);
2013 - Donetsk: Toshikazu Yamanishi, Japão (41.53,80); Olga Shargina, Rússia (22.13,91);
2015 - Cali: Sergey Shirobokov, Rússia (42.24,41); Zhenxia Ma, China (22.41,08).

De entre os 12 marchadores portugueses participantes no evento, Catarina Godinho, do Clube de Atletismo de Ferreira do Zêzere, treinada por Luís Graça, foi a que melhor se classificou ao obter o 7.º lugar (28 concorrentes) em Marrakesh-2005.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Campeã olímpica Hong Liu: perfil

Hong Liu foi a primeira na meta nos mundiais de Pequim,
em 2015. Foto: sportschau.de
O Rio de Janeiro trouxe à marchadora chinesa Hong Liu a consagração que lhe faltava: o título de campeã olímpica, depois de ter conquistado os ceptros de campeã do mundo (juniores e absoluto), da Ásia e da China, além de se ter alcandorado ao recorde mundial dos 20 km marcha, que detém, com 1.24.38 h (Corunha, 6/6/2015).

Nascida numa família de camponeses em Maio de 1987, no distrito de Anfu (província de Jiangxi, região montanhosa do leste da China), Hong Liu começou a dar nas vistas quando em 2003, apenas um ano depois de se iniciar na prática da marcha atlética, alcançou os primeiros resultados significativos, com realce para os 22.36,6 m nos 5000 metros marcha dos Campeonatos da China de Atletismo para juvenis (sub-18), em Yangzhu, onde foi terceira classificada.

Dois anos depois, nos nacionais de juniores de 2005, em Nanning, conquistaria o primeiro título de campeã nacional (20 km, 1.32.20), melhorando o desempenho no ano seguinte com as estreias internacionais. Primeiro, na Taça do Mundo da Corunha (6.ª nos 20 km femininos, 1.28.59); depois, nos mundiais de juniores de Pequim, onde venceu os 10 mil metros marcha femininos, com 45.12,84 m; por fim, triunfando nos 20 km femininos dos Jogos Asiáticos de Doha (Catar), com 1.32.19 h.

Já como sénior, Hong Liu registou a estreia olímpica nos Jogos de Pequim de 2008, com um quarto lugar (1.27.17), que repetiria em Londres-2012 (1.26.00), ainda que neste último caso tenha acabado por aceder ao terceiro posto, após a desclassificação da russa Olga Kaniskina, segunda na meta mas apanhada nas malhas da luta contra a dopagem, conforme anunciado pelo Tribunal Arbitral do Desporto de Lausana em Março de 2016.

O ano de 2009 conheceu uma Liu medalhada pela primeira vez numa grande competição internacional ao mais alto nível, terminando na terceira posição nos 20 km femininos dos mundiais de Berlim. De novo por posterior desclassificação de Kaniskina (que fora a primeira na meta), Liu subiu ao segundo lugar, numa prova em que o título de campeã e a medalha de ouro acabaram por ser entregues à irlandesa Olive Loughnane.

No final desse ano, Hong Liu passou a ser orientada pelo técnico Sandro Damilano, que dirige o centro de treino de marchadores de Saluzzo, em Itália, onde Liu veio mais tarde a instalar-se e a ter entre os colegas a consagrada marchadora italiana Elisa Rigaudo, com quem tinha disputado as medalhas nos Jogos de Pequim.

O primeiro título mundial absoluto surgiu em Daegu (Coreia do Sul), cidade que acolheu os Campeonatos do Mundo de Atletismo de 2011, de cujos 20 km marcha femininos Liu saiu vencedora, com 1.30.00 h (Kaniskina, de início com 1.29.42, viria mais tarde a ser desclassificada por dopagem). Voltaria a ganhar quatro anos depois, nos mundiais de Pequim, onde foi, aí sim, a primeira na meta, com o mesmo tempo que a compatriota Xiuzhi Lu (1.27.45).

O título olímpico averbado no Rio de Janeiro veio apenas confirmar Hong Liu como a mais credenciada marchadora mundial da actualidade.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

México abre Challenge de 2017 com duas provas

Ciudad Juárez já em 2016 foi o primeiro grande prémio do
Challenge de Marcha da IAAF. Foto: IAAF
O Conselho da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) aprovou na sua reunião realizada em 11 de Agosto no Rio de Janeiro, por ocasião da realização dos Jogos Olímpicos, o calendário dos grandes prémios que integram o Challenge Mundial de Marcha para o próximo ano.

As competições são as seguintes:
12 Março (domingo) – Ciudad Juárez, México;
19 Março (domingo) – Monterrey, México;
1 Abril (sábado) – Rio Maior, Portugal;
15 Abril (sábado) – Taicang, China;
3 Junho (sábado) – Corunha, Espanha.

Entre outras decisões tomadas pelo Conselho da IAAF, dá-se conta da não realização dos Campeonatos do Mundo de Nações de Marcha Atlética previstos para a cidade russa de Cheboksary, em 2018, abrindo-se o processo de candidaturas em setembro deste ano. É expectável que, pelo menos, as autoridades desportivas do México e do Equador renovem a pretensão de levar a efeito a competição e que outros países avancem com novas candidaturas.

Recorde-se que, em 2013, Cheboksary tinha ganho a organização dos mundiais de marcha por nações tanto de 2016 como de 2018, tendo a primeira daquelas edições da prova sido entretanto retirada à cidade da Chuváchia na sequência do banimento da Rússia das competições oficiais de atletismo, tendo a competição sido depois reatribuída a Roma, que a levou a efeito nos dias 6 e 7 de maio passados.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Campeão olímpico Matej Tóth: perfil


Matej Tóth, campeão olímpico dos 50 km marcha.
Foto: EPA
O eslovaco Matej Tóth assinou nos 50 km marcha dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro aquele que é o mais importante registo da sua carreira competitiva. Ao mesmo tempo tornou-se o primeiro eslovaco campeão olímpico no atletismo desde 1993 (ano do reconhecimento do Comité Olímpico Eslovaco, que antes de 19 de Agosto de 2016 tinha oito títulos olímpicos, mas apenas em canoagem). Em toda a história olímpica moderna e tendo em conta que a Eslováquia integrou o Império Austro-húngaro ate à I Guerra Mundial e depois a Checoslováquia até 1992, Matej Tóth é o segundo eslovaco campeão olímpico no atletismo, precedido por outro fabuloso marchador, Jozef Pribilinec, campeão dos 20 km marcha nos Jogos de Seul, em 1988, então representando a Checoslováquia.

À partida para a prova no Rio de Janeiro, Tóth era um dos indiscutíveis favoritos. Como mais alguns (poucos) outros, era um dos nomes em quem facilmente se apostaria para a conquista do título de campeão na distância mais longa do programa olímpico do atletismo. Outros poderiam ter ganho, mas a maior figura do atletismo eslovaco da actualidade a todos se impôs na fase decisiva da prova. E dessa forma se apoderou do ceptro de campeão olímpico dos 50 km.

Nascido a 10 de Fevereiro de 1983, Matej Tóth teve o primeiro grande sucesso a nível mundial quando, em 2010, na cidade mexicana de Chihuahua, venceu a prova de 50 km da Taça do Mundo de Marcha. Um ano depois, na Taça da Europa de Marcha de Olhão (Portugal), repetiria a dose mas na distância mais curta (20 km). Nessa distância continuaria a frequentar o pódio nas edições seguintes da Taça da Europa – 3.º e Dudince-2013 e 2.º em Múrcia-2015 –, tendo neste último ano alcançado o título mundial dos 50 km nos Campeonatos do Mundo de Atletismo realizados em Pequim.

Pelo meio, nos europeus de Zurique de 2014, foi segundo nos 50 km, com 3.36.21 h, marca que teria bastado e sobrado para vencer todas as anteriores edições dos campeonatos europeus da distância ou ainda quase todas as edições dos mundiais e dos Jogos Olímpicos, mas que naqueles campeonatos da Europa foi insuficiente para superar o francês Yohann Diniz, que bateu o recorde mundial com impressionantes 3.32.33 h.

Matej Tóth iniciou-se na prática da marcha atlética aos 13 anos, na cidade natal de Banská Bystrica, terra de mineiros. As primeiras provas, no âmbito escolar, despertaram no jovem atleta o desejo de participar um dia nos Jogos Olímpicos, sonho que viria a concretizar-se em 2004, ano em que nos Jogos de Atenas participou nos 20 km, terminando no 32.º lugar.

Durante anos, Tóth teve presença discreta nas competições internacionais em que tomou parte, poucas vezes acabando próximo do pódio, sobretudo em competições absolutas (isto é, fora do âmbito universitário ou dos campeonatos de juvenis e juniores). A primeira excepção aconteceu nos europeus de Gotemburgo de 2006, com o sexto lugar nos 20 km. Depois, foi preciso esperar três anos pelos mundiais de Berlim de 2009 para voltar aos dez primeiros (8.º nos 20 km e 9.º nos 50 km). Por fim, em 2010, a vitória em Chihuahua confirmou a classe mundial do marchador eslovaco.

Matej Tóth tem nas distâncias olímpicas recordes pessoais estabelecidos no mais renomado torneio de marcha do seu país, o Grande Prémio de Dudince. Nos 20 km, 1.19.48 h (22/3/2014); nos 50 km, 3.34.38 h (21/3/2015).

Jornalista por formação académica, Matej Tóth precisou de grande paciência e de frieza táctica para ser campeão olímpico no Rio de Janeiro. Soube esperar que os mais imprudentes fraquejassem e teve a coragem para resistir e na fase mais difícil desferir o ataque decisivo. É desta fibra que se faz um campeão. Esperemos pelos próximos episódios.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Antonella Palmisano pedida em casamento por Lorenzo Dessi

Lorenzo Dessi e Antonella Palmisano, agora noivos.
Foto: Facebook de L. Dessi
Era uma surpresa que aguardava a marchadora italiana Antonella Palmisano no regresso a Itália, depois da participação nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. À espera, no aeroporto, Lorenzo Dessi, também ele marchador internacional italiano, esperava a namorada para formalizar o pedido de casamento.

«Os teus primeiros Jogos, a tua coragem, a tua determinação, a emoção que me fizeste sentir ao ver-te e, enfim, a tua entrevista final deixaram-me sem palavras. Estou hoje aqui para te dizer que não vou sair de casa mas para te pedir em casamento.»

Foi com estas palavras que Dessi, ajoelhado e de aliança em punho, tentou garantir um futuro ao lado da recente quarta classificada nos 20 km marcha femininos dos Jogos do Rio, atleta sempre facilmente reconhecida em prova pela flor que invariavelmente usa a adornar o cabelo.

Lorenzo Dessi, de 27 anos, participou nas Taças do Mundo de Marcha de 2012 (Saransk) e 2014 (Taicang), detendo como recordes pessoais 1.27.41 h nos 20 km e 3.57.32 h nos 50 km. Antonella Palmisano tem um máximo pessoal de 1.27.51 h nos 20 km, tendo como maiores feitos desportivos a vitória individual nos 10 km juniores femininos da Taça do Mundo de Marcha de 2010, em Chihuahua (México), e o quinto lugar nos 20 km femininos dos mundiais de Pequim de 2015, além, está claro, do quarto lugar olímpico alcançado este sábado no Rio de Janeiro.

A cena do aeroporto pode ser vista na gravação em vídeo aqui.

domingo, 21 de agosto de 2016

Jeff Salvage divulga belas imagens da marcha no Rio

Entre imagens de grupo e individuais, são centenas de fotos
das três provas de marcha dos Jogos Olímpicos do Rio.
Foto: Jeff Salvage
Os adeptos da marcha atlética já estão habituados às magníficas reportagens fotográficas produzidas nas grandes competições internacionais (e não só) por Jeff Salvage, um antigo marchador dos Estados Unidos que vai correndo mundo para dar livre curso ao gosto que tem pela marcha e pela fotografia.

Desta vez, coube aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro beneficiar da visita de Salvage, que já deixou publicado no seu «site» as imagens que captou nas três provas de marcha do programa. Imagens de grande qualidade técnica e que ajudam a contar a história destas três competições, dando a conhecer alguns aspectos de que muitos espectadores não se aperceberam.

As imagens podem ser apreciadas aqui, contando-se centenas de fotografias, que mostram provavelmente todos os participantes nas duas provas de 20 km (masculinos e femininos) e na de 50 km (masculinos).

sábado, 20 de agosto de 2016

Hong Liu, nova campeã olímpica de 20 km marcha

Hong Liu teve no Rio de Janeiro a consagração olímpica.
Foto: COJOR
Campeã do mundo em Daegu-2011 e Pequim-2015, a chinesa Hong Liu sagrou-se esta sexta-feira campeã olímpica dos 20 km marcha, triunfando na prova da distância dos Jogos do Rio Janeiro com 1.28.35 h. No percurso do Pontal, Liu impôs-se ao «sprint» à mexicana María Guadalupe González (2.ª, 1.28.37), pouco depois de se ter desembaraçado da compatriota Xiuzhi Lu (3.ª, 1.28.42).

Ao contrário do sucedido de manhã nos 50 km, a prova das senhoras teve início com quase todas as 74 participantes compondo um grupo compacto que só a caminho dos quatro quilómetros começou a cindir-se, graças à acção das atletas que viriam a compor o pódio. Aos oito quilómetros de prova, o grupo da liderança ainda integrava 15 atletas, tendo sido preciso esperar pelo meio da prova para que as posições começassem a definir-se de forma mais clara.

Nesse momento, a preponderância era de Liu, Lu e González, mas com a companhia da brasileira Érica de Sena, das portuguesas Ana Cabecinha e Inês Henriques, das italianas Antonella Palmisano, Elisa Rigaudo e Eleonora Giorgi, das espanholas Beatriz Pascual e Raquel González, da checa Anezka Drahotová, da chinesa Shijie Qieyang, da australiana Regan Lamble e da peruana Kimberly García. A seguir aos 10 km, cumpridos em 45.24 m, Liu e Lu forçam na frente, fraccionando o primeiro pelotão. Cedem entre outras as espanholas, as portuguesas, Qieyang e Drahotová, resistindo apenas Guadalupe González, Giorgi, Palmisano e Érica de Sena, que com as duas líderes formam o sexteto da vanguarda.

Aos 13 quilómetros, Giorgi é desclassificada com três notas por suspensão e Palmisano lança-se para a liderança. Ana Cabecinha e Shijie Qieyang aproximam-se das cinco da frente, que alcançam à passagem da hora de prova, quando Inês Henriques ocupa o 12.º lugar. Cabecinha e Érica (esta suportando a carga de duas notas de desclassificação) atrasam-se a caminho dos 15 quilómetros, ficando na frente um quinteto liderado por Qieyang, com a portuguesa a tentar destacar-se da brasileira.

María Guadalupe González ataca na frente aos 17 quilómetros e descola Antonella Palmisano e, logo a seguir, Shijie Qieyang, ficando deste modo definido o trio do pódio à passagem dos 18 quilómetros. Já na aproximação à recta final, Lu atrasa-se antes da última inversão, deixando para Liu e González o «sprint» para a vitória, a beneficiar a chinesa.

Ganhando preciosos metros a Érica de Sena no último quilómetro, Ana Cabecinha conclui na sexta posição, assinando a melhor classificação de sempre da marcha portuguesa em Jogos Olímpicos, superando os oitavos lugares dela própria em Pequim-2008 e de José Pinto nos 50 km de Los Angeles-1984.

Ao atrasar-se a partir da fase inicial da segunda metade da prova, Inês Henriques comprometeu a possibilidade de terminar num lugar de finalista (oito primeiras), mas a perda de ritmo não foi dramática e a descida na classificação traduziu-se em perda de muito poucos lugares, com a atleta de Rio Maior a cortar a meta no 12.º lugar, com 1.31.28 h.

Rubricando a estreia olímpica com o 37.º lugar, Daniela Cardoso cumpriu uma prova muito consistente, a ritmo de grande constância, variando (pouco!) entre os 9.37 e os 9.47 m por cada dois quilómetros, com a excepção dos trechos 16-18 km e 18-20 km, realizados respectivamente em 9.32 e 9.27 m.

Classificação
1.ª, Hong Liu (China), 1.28.35
2.ª, María Guadalupe González (México), 1.28.37
3.ª, Xiuzhi Lu (China), 1.28.42
4.ª, Antonella Palmisano (Itália), 1.29.03
5.ª, Shijie Qieyang (China), 1.29.04
6.ª, Ana Cabecinha (Portugal), 1.29.23
7.ª, Érica de Sena (Brasil), 1.29.29
8.ª, Beatriz Pascual (Espanha), 1.30.24
9.ª, Regan Lamble (Austrália), 1.30.28
10.ª, Anezka Drahotová (Rep. Checa), 1.30.43
11.ª, Elisa Rigaudo (Itália), 1.31.04
12.ª, Inês Henriques (Portugal), 1.31.28
13.ª, Émilie Menuet (França), 1.32.04
14.ª, Kimberly García (Peru), 1.32.09
15.ª, Antigoni Drisbioti (Grécia), 1.32.32
16.ª, Kumiko Okada (Japão), 1.32.42
17.ª, Nastassia Yatsevich (Bielorrússia), 1.32.53
18.ª, Ángela Castro (Bolívia), 1.32.54
19.ª, Nadiya Borovska (Ucrânia), 1.33.01
20.ª, Raquel González (Espanha), 1.33.03
21.ª, Inna Kashyna (Ucrânia), 1.33.15
22.ª, Maria Michta-Coffey (EUA), 1.33.36
23.ª, María Guadalupe Sánchez (México), 1.33.44
24.ª, Paola Pérez (Equador), 1.33.53
25.ª, Viktoria Madarasz (Hungria), 1.33.59
26.ª, Tanya Holliday (Austrália), 1.34.22
27.ª, Magaly Bonilla (Equador), 1.34.54
28.ª, Paulina Buziak (Polónia), 1.35.01
29.ª, Brigita Virbalyte-Dimsiene (Lituânia), 1.35.11
30.ª, Mirna Ortiz (Guatemala), 1.35.11
31.ª, Wendy Cornejo (Bolívia), 1.35.17
32.ª, Sandra Arenas (Colômbia), 1.35.40
33.ª, Júlia Takacs (Espanha), 1.35.45
34.ª, Miranda Melville (EUA), 1.35.48
35.ª, Alana Barber (Nova Zelândia), 1.35.55
36.ª, Maritza Guaman (Equador), 1.35.56
37.ª, Daniela Cardoso (Portugal), 1.36.13
38.ª, Yeseida Carrillo (Colômbia), 1.36.28
39.ª, Yeongeun Jeon (Coreia do Sul), 1.36.31
40.ª, Rachel Tallent (Austrália), 1.37.08
41.ª, Alejandra Ortega (México), 1.37.33
42.ª, Grace Wanjiru Njue (Quénia), 1.37.49
43.ª, Stefany Coronado (Bolívia), 1.37.56
44.ª, Agnieszka Szwarnog (Polónia), 1.38.01
45.ª, Andreea Arsine (Roménia), 1.38.16
46.ª, Valentyna Myronchuk (Ucrânia), 1.38.20
47.ª, Panayiota Tsinopoulou (Grécia), 1.38.24
48.ª, Maria Czakova (Eslováquia), 1.38.29
49.ª, Cisiane Lopes (Brasil), 1.38.35
50.ª, Ana Veronica Rodean (Roménia), 1.38.42
51.ª, Jessica Hancco (Peru), 1.39.08
52.ª, Maritza Poncio (Guatemala), 1.40.09
53.ª, Agnese Pastare (Letónia), 1.40.15
54.ª Khushbir Kaur (Índia), 1.40.33
55.ª, Maria Galiková (Eslováquia), 1.40.35
56.ª, Zivile Vaiciukeviciute (Lituânia), 1.41.28
57.ª, Claudia Stef (Roménia), 1.41.47
58.ª, Barbara Kovacs (Hungria), 1.42.11
59.ª, Rita Recsei (Hungria), 1.42.41
60.ª, Chahinez Nasri (Tunísia), 1.42.57
61.ª, Askale Tiksa (Etiópia), 1.44.15
62.ª, Diana Aydozova (Cazaquistão), 1.44.49
63.ª, Anel Oosthuizen (África do Sul), 1.45.06
Desistentes: Agnieszka Dygacz (Polónia), Sapana Sapana (Índia), Yesenia Miranda (El Salvador), Sandra Galvis (Colômbia) e Neringa Aidietyte (Lituânia).
Desclassificadas: Yehualeye Beletew (Etiópia), Eleonora Giorgi (Itália), Mayra Carolina Herrera (Guatemala), Daseul Lee (Coreia do Sul), Jeong Eun Lee (Coreia do Sul) e Polina Repina (Cazaquistão).

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Tóth ganha emocionantes 50 km olímpicos do Rio

Matej Tóth voltou a impor um segundo lugar a Jared Tallent.
Foto: SB Nation
O eslovaco Matej Tóth sagrou-se este início de tarde campeão olímpico dos 50 km marcha, ao vencer no Rio de Janeiro a emocionante prova da distância dos Jogos da XXXI Olimpíada, com 3.40.58 h, adiante do australiano Jared Tallent (3.41.16) e do japonês Hirooki Arai (3.41.24).

A prova animou-se logo com a saída à campeão do sérvio Vladimir Savanovic, com o francês Yohann Diniz a disparar logo de seguida na sua peugada, para passar já isolado na frente aos 1000 metros, a menos de 4.30 por quilómetro. Matej Tóth e o trio japonês lideravam o primeiro pelotão. À primeira légua, cumprida em 22.10 m, Diniz detinha já quase 120 metros de avanço sobre Tóth, Tallent, Nava, Heffernan e restante primeiro grupo, composto por nove atletas.

Ao sétimo quilómetro, Tóth fez uma primeira tentativa para se isolar, forçando a aceleração do grupo, que recolou de imediato. Repetiria o procedimento dois quilómetros mais à frente, de novo arrastando os companheiros, mas ainda assim a vantagem de Diniz na frente, à passagem pelos dez quilómetros, até aumentava um pouco, de 28 para 30 segundos.

Com cerca de uma hora de prova, João Vieira abandonava, enquanto na frente Yohann Diniz mantinha a marcha de um líder convicto, cumprindo a terceira légua em 1.05.58 h, detendo nesse momento um avanço que crescia para 53 segundos, graças a um parcial de 21.40 m entre os 10 e os 15 quilómetros, menos 23 segundos que Matej Tóth, ainda e sempre na segunda posição.

Na quarta légua, a tendência manteve-se, agora com o francês a registar um parcial de 21.43 m, para 1.27.41 h aos 20 quilómetros, já com mais de 300 metros de vantagem sobre os mesmos nove que o perseguiam desde quase o início da prova.

A meio da competição, a vantagem do francês aumentava para um minuto e 40 segundos sobre o primeiro grupo, reduzido a oito unidades por atraso do japonês Takayuki Tanii. Foram mais 17 segundos ganhos por Diniz em cinco quilómetros, cumpridos agora em 21.50 m, contra 22.07 m do grupo liderado por Matej Tóth. Na frente, Yohann Diniz perfazia 1.49.31 h, prefaciando um resultado final bem abaixo de três horas e 40 minutos.

Entre os portugueses, Pedro Isidro tinha cumprido léguas iniciais em 24.03 e 23.53, apontando assim para marca final a rondar as quatro horas ou pouco menos. No entanto, iria quebrar um pouco nas voltas seguintes, passando a meio da prova no 60.º lugar (2.01.27) e  já ultrapassado por Miguel Carvalho, com início mais prudente e dentro da casa dos 24 minutos por légua, subindo do 74.º posto aos cinco quilómetros para o 59.º lugar a meio da competição, quando era o melhor português em prova.

Na frente, o início da segunda metade dos 50 km ditou algumas mudanças da paisagem da competição, com ligeiro abaixamento do ritmo de Yohann Diniz (21.58 na sexta légua) e aceleração evidente no grupo perseguidor, a marcar 21.46 m para o canadiano Evan Dunfee e 21.48 para Tóth. O pelotão fragmentava-se, com Dunfee e Tóth mais adiantados e o mexicano Horacio Nava a atrasar-se, na nossa posição, 14 segundos depois do grupo.

À passagem dos 32 quilómetros, Diniz parou com problemas intestinais, retomando a prova quando Evan Dunfee passava por ele. Seguiram juntos por algum tempo, mas o canadiano continuaria a aumentar o ritmo e aos 35 quilómetros detinha já oito segundos de vantagem sobre o francês. Dunfee fazia um parcial de 21.42 m, enquanto mais atrás, seis segundos após Diniz, surgiam Matej Tóth, Jared Tallent, Hirooki Arai e o chinês Wei Yu, que tinham apenas uns dez metros atrás o irlandês Robert Heffernan.

A prova estava a ganhar interesse crescente e mais emocionante ficou com a aproximação aos 40 quilómetros, fase em que o australiano Tallent iria jogar importante cartada, desferindo um ataque que o isolou perto da entrada para os dez quilómetros finais. O campeão olímpico em título assumia dessa forma a defesa do ceptro de Londres com uma légua em 22.01 m, enquanto todos os outros registavam quebras mais ou menos evidentes de ritmo.

Com os primeiros já separados em posições individuais e intercalados por atletas atrasados, Jared Tallent foi consolidando a liderança, entrando na légua final com 22 segundos de vantagem sobre Matej Tóth, 26 sobre Arai, 41 para Dunfee, 57 sobre Yu e 1.27 minutos para Heffernan. Tudo em aberto para um final de prova sem nada decidido no tocante a vitória e a medalhas. Entretanto, Yohann Diniz continuava a sofrer as agruras intestinais, parava, deitava-se, recebia assistência mas resistia e entrava na légua final na sétima posição, quase a três minutos de Heffernan e a mais de quatro da liderança. Mas o gaulês não cedia.

E a incerteza só ficaria desfeita mesmo nos quilómetros finais, com Matej Tóth a reagir e a recuperar em relação a Tallent, ultrapassando o australiano pouco antes da entrada no último quilómetro e assumindo o primeiro lugar para não mais o largar. Registaria na meta 3.40.58 h, contra 3.41.16 h de Jared Tallent e 3.41.24 h de Hirooki Arai, que, no entanto, seria depois desclassificado e de novo reclassificado na sequência de protesto, tornando-se o primeiro medalhado olímpico do Japão na marcha atlética. Nesse processo, Evan Dunfee (3.41.38) reentrava no pódio, do qual voltaria a sair pouco depois, mas sempre adiante do chinês Wei Yu (3.43.00).

Ainda antes de Yohann Diniz, que conseguiu concluir na oitava posição, com 3.46.43 h, chegaram o irlandês Robert Heffernan (6.º, 3.43.55) e o surpreendente norueguês Havard Haukenes (7.º, 3.46.33), a suportar bem a  fase decisiva da competição, onde tantos outros claudicaram.

Logo a seguir, Caio Bonfim honrou a casa, terminando na nona posição, com 3.47.02 h, à frente do magnífico australiano Chris Erickson, a fechar o «top 10» com 3.48.40 h.

Pedro Isidro, mesmo não se aproximando do recorde pessoal, confirmou-se como o primeiro português nestes 50 km olímpicos, terminando na 32.ª posição, com 4.03.42 h, valendo-lhe uma boa recuperação daquela fase intermédia com grandes dificuldades e acabando a prova com duas léguas impressionantes, registando parciais de 22.26 m e 23.18 m.

Miguel Carvalho concluiria no 36.º lugar, com 4.08.16 h e uma segunda fase de prova em que as condições impediram o atleta do Benfica de atingir o objectivo de baixar as quatro horas na estreia olímpica.

De assinalar que dos 80 atletas à partida, nada menos que 12 foram desclassificados e 19 desistiram, numa evidente demonstração das grandes dificuldades a que os atletas estiveram sujeitos no circuito de 2000 metros definido no Pontal e cumprido por 25 vezes por quem chegou à meta.

Uma nota final para registar que o pódio destes 50 km olímpicos do Rio de Janeiro repetiu quase na íntegra o do mundial de Pequim de 2015, com a única diferença de que o japonês da medalha de bronze não foi Takayuki Tanii mas Hirooki Arai.

Classificação
1.º, Matej Tóth (Eslováquia), 3.40.58
2.º, Jared Tallent (Austrália), 3.41.16         
3.º, Hirooki Arai (Japão), 3.41.24

4.º, Evan Dunfee (Canadá), 3.41.38
5.º, Wei Yu (China), 3.43.00
6.º, Robert Heffernan (Irlanda), 3.43.55
7.º, Havard Haukenes (Noruega), 3.46.33
8.º,  Yohann Diniz (França), 3.46.43
9.º, Caio Bonfim (Brasil), 3.47.02
10.º, Chris Erickson (Austrália), 3.48.40
11.º, Zhendong Wang (China), 3.48.50
12.º, Quentin Rew (Nova Zelândia), 3.49.32
13.º, Horacio Nava (México), 3.50.53
14.º, Takayuki Tanii (Japão), 3.51.00
15.º, Adrian Blocki (Polónia), 3.51.31
16.º, Omar Zepeda (México), 3.51.35
17.º, Jorge Armando Ruiz (Colômbia), 3.51.42
18.º, Serhiy Budza (Ucrânia), 3.53.22
19.º, Brendan Boyce (Irlanda), 3.53.59
20.º, Jesús Ángel García (Espanha), 3.54.29
21.º, Marco de Luca (Itália), 3.54.40
22.º, Rafal Augustyn (Polónia), 3.55.01
23.º, Jarkko Kinnunen (Finlândia), 3.55.43
24.º, Rafal Fedaczynski (Polónia), 3.55.51
25.º, José Leyver Ojeda (México), 3.56.07
26.º, Dusan Majdan (Eslováquia), 3.58.25
27.º, Koichiro Morioka (Japão), 3.58.59
28.º, Alexandros Papamichail (Grécia), 3.59.21
29.º, Jonathan Rieckmann (Brasil), 4.01.52
30.º, Ronal Quispe (Bolívia), 4.02.00
31.º, Narcis Stefan Mihaila (Roménia), 4.02.46
32.º, Pedro Isidro (Portugal), 4.03.42
33.º, Tadas Suskevicius (Lituânia), 4.04.10
34.º, Rolando Saquipay (Equador), 4.07.29
35.º, Sandeep Kumar (Índia), 4.07.55
36.º, Miguel Carvalho (Portugal), 4.08.16
37.º, Arnis Rumbenieks (Letónia), 4.08.28
38.º, Marc Mundell (África do Sul), 4.11.03
39.º, Ivan Banzeruk (Ucrânia), 4.11.51
40.º, Brendon Reading (Austrália), 4.13.02
41.º, Mario Alfonso Bran (Guatemala), 4.15.14
42.º, Vladimir Savanovic (Sérvia), 4.15.53
43.º, John Nunn (EUA), 4.16.12
44.º, Bence Venyercsan (Hungria), 4.19.15
45.º, Claudio Villanueva (Equador), 4.19.33
46.º, Nenad Filipovic (Sérvia), 4.25.41
47.º, Yucheng Han (China), 4.32.35
48.º, Pavel Chihuan (Peru), 4.32.37
49.º, Predrag Filipovic (Sérvia), 4.39.48

Desistentes: Hyunsub Kim (Coreia do Sul), Ivan Trotski (Bielorrússia), Ihor Hlavan (Ucrânia), Miguel Ángel López (Espanha), Carl Dohmann (Alemanha), Hagen Pohle (Alemanha), Matteo Giupponi (Itália), Mathieu Bilodeau (Canadá), Artur Mastianica (Lituânia), José Leonardo Montana (Colômbia), Alex Wright (Irlanda), José Ignacio Díaz (Espanha), Marius Cocioran (Roménia), Sandor Racz (Hungria), Luis Henry Campos (Peru), Mário José dos Santos Júnior (Brasil), Veli-Matti Partanen (Finlândia), Yerenman Salazar (Venezuela) e João Vieira (Portugal).
Desclassificados: Edward Araya (Chile), Teodorico Caporaso (Itália), Andres Chocho (Equador), Lukas Gdula (Rep. Checa), Dominic King (Grã-Bretanha), Luis López (El Salvador), Aleksi Ojala (Finlândia), Chilsung Park (Coreia do Sul), Jaime Quiyuch (Guatemala), James Rendon (Colômbia), Miklos Srp (Hungria) e Martin Tistan (Eslováquia).