domingo, 16 de julho de 2017

Diego García confirma favoritismo no europeu de Bydgoszcz

Diego García e Karl Junghannß festejam os dois primeiros
lugares nos europeus de Bydgoszcz. Foto: streaming AEA
O marchador espanhol Diego García sagrou-se este domingo, em Bydgoszcz, campeão europeu de 20 km marcha masculinos para sub-23, durante a última jornada dos campeonatos continentais do escalão que decorrem naquela cidade polaca. García cumpriu a distância em 1.22.29 h, adiante do alemão Karl Junghannß (1.22.52) e do francês Gabriel Bordier (1.23.03), seus companheiros no pódio. Com provas muito equilibradas, os portugueses Miguel Rodrigues (11.º, 1.26.05) e Hélder Santos (14.º, 1.27.00), registaram novos recordes pessoais.

Diego García esteve sempre no controlo da competição, mesmo quando ainda na primeira légua, o francês Jean Blancheteau andou destacado no comando da prova. Nunca teve mais que vinte metros de avanço sobre o grupo de oito atletas que o seguia, mas ainda assim cumpriu dois quilómetros destacado, até ser alcançado pelo octeto, rebocado por García.

Pouco depois da passagem à primeira légua, o protagonismo de García passou a ser partilhado pelo turco Salih Korkmaz, impondo ambos um ritmo que viria rapidamente a fraccionar o grupo da frente, reduzido a cinco atletas: o turco, o espanhol e os três alemães Karl Junghannß, Jonathan Hilbert e Nathaniel Seiler.

Com acelerações e desacelerações, a dianteira da competição voltou a adensar-se com a recuperação de um segundo grupo, que recolou e aumentou a composição do pelotão de liderança para 11 elementos. Era esse o cenário à passagem do meio da prova, cumprido pelos primeiros em 41.53 m.

A entrada na segunda metade da prova marcou o ponto de viragem nos destinos deste campeonato, com Diego García a assumir as despesas da imposição do ritmo, que logo começou a aumentar de forma gradual. Aos 12 quilómetros, já só o turco Korkmaz conseguia manter-se a par do espanhol, encontrando-se o alemão Junghannß a pouco mais de 10 metros.

García e Kokmaz caminharam juntos (mas sempre com o espanhol a «puxar») até perto dos 15 quilómetros, momento em que o pupilo de José Antonio Quintana já surgia isolado na frente, com uma liderança que atingia neste ponto uma folga de 20 metros mas que não mais se perderia até final.

Na luta pelo lugar mais baixo do pódio permanecia um sexteto com os três alemães, o espanhol Manuel Bermúdez, o italiano Andrea Agrusti e aquele que dos dois franceses em prova tinha revelado uma primeira metade mais discreta: Gabriel Bordier.

No entanto, se a liderança de Diego García parecia ganhar solidez crescente, o que se passava atrás dele era mais complicado de antever, com o turco a ceder de forma evidente nas voltas finais ao circuito de mil metros.

Bordier lançou um ataque a caminho dos 17 quilómetros, a que apenas Bermúdez conseguiu responder, mas a alguns metros de distância do francês. O segundo lugar de Korkmaz ficava em perigo. Mais para trás, o alemão Nathaniel Seiler acabava por ser desclassificado e o compatriota Jonathan Hilbert parecia reagir melhor do que Karl Junghannß, com o italiano Agrusti pelo meio dos dois alemães.

Pouco antes de entrar nos dois quilómetros finais, Gabriel Bordier ultrapassava Salih Korkmaz, detendo nessa fase mais de 30 metros de avanço para Manuel Bermúdez. Mas, mais para trás, Karl Junghannß iniciava uma extraordinária recuperação, que o traria do sétimo lugar na passagem aos 18 quilómetros até ao segundo posto na meta.

Até final não haveria mais alterações significativas na classificação geral, onde ficavam registados dez novos recordes pessoais, entre os quais o novo recorde nacional da Turquia de sub-23 para Salih Korkmaz (1.23.11), no quarto lugar.

Quanto ao portugueses, a nota de maior destaque vai para o facto de terem cumprido de forma muito digna esta chamada à selecção nacional, através de um desempenho sensato de quem sabia quais as reais capacidades de que dispunha. Miguel Rodrigues começou por andar perto do 20.º lugar na fase inicial, indo sempre subindo na classificação até à 11.ª posição no final.

Nas três primeiras léguas rondou sempre entre 4.15 e 4.19 m por quilómetro, cedendo um pouco nos derradeiros cinco quilómetros, cumpridos ligeiramente acima de 4.20 m por volta.

Hélder Santos foi um pouco menos regular, com ritmos entre 4.15 e 4.25 m até ao penúltimo quilómetro, acelerando nos mil metros finais para um parcial de 4.13 m. Com esta qualidade de desempenho, o benfiquista e o leiriista bem mereceram os recordes pessoais averbados, prova maior de que mais não poderiam ter feito.

Classificação
20 km marcha masculinos
1.º, Diego García (Espanha), 1.22.29
2.º, Karl Junghannß (Alemanha), 1.22.52
3.º, Gabriel Bordier (França), 1.23.03
4.º, Salih Korkmaz (Turquia), 1.23.11
5.º, Manuel Bermúdez (Espanha), 1.23.12
6.º, Jonathan Hilbert (Alemanha), 1.23.26
7.º, Andrea Agrusti (Itália), 1.23.28
8.º, Jean Blancheteau (França), 1.25.10
9.º, Zaharías Tsamoudákis (Grécia), 1.25.11
10.º, Stefano Chiesa (Itália), 1.25.21
11.º, Miguel Rodrigues (Portugal), 1.26.05
12.º, Bence Venyercsán (Hungria), 1.26.20
13.º, Gianluca Picchiottino (Itália), 1.26.43
14.º, Hélder Santos (Portugal), 1.27.00
15.º, Anatoli Homeleu (Bielorrússia), 1.27.08
16.º, Ruslans Smolonskis (Letónia), 1.27.25
17.º, Fredrik Vaeng Røtnes (Noruega), 1.27.44
18.º, Dominik Cerný (Eslováquia), 1.28.00
19.º, Iván López (Espanha), 1.28.02
20.º, Dmytro Sobchuk (Ucrânia), 1.28.07
21.º, Miroslav Úradník (Eslováquia), 1.29.44
22.º, Michal Morvay (Eslováquia), 1.30.05
23.º, Andrei Gafita (Roménia), 1.32.41
24.º, Soma Kovács (Hungria), 1.33.50
Desclassificados: Tomasz Bagdány (Hungria), Dzmitry Lukyanchuk (Bielorrússia) e Nathaniel Seiler (Alemanha).
Desistente: Fabian Bernabé (França).